terça-feira, 21 de outubro de 2008

Seis Graus de Separação

Como a falta de criatividade se aliou à falta de tempo para impedir que eu me concentrasse a criar um bom texto com subjetividades, duplas interpretações ou confidências que a ninguém interessa, resolvi escrever um pouco sobre algumas coisas que eu acredito.
Acredito na raça humana e em uma possível salvação pras mazelas do mundo. Acredito que existem, sim, políticos honestos, e que a Sandy continua virgem, mesmo depois do casamento. Acredito em duendes, pois só a existência deles pode explicar os desaparecimentos de nossos objetos, mas não acredito mais em Papai Noel, cegonha e Coelhinho da Páscoa, e fico até meio deprimido ao ver que as crianças, como meu irmão, deixaram de acreditar neles bem mais cedo que eu.
Mas sobretudo acredito numa teoria matemática-social chama Teoria dos Seis Graus de Separação. Alguém deve ter pensado: "Puts! Lá vem ele com mais uma teoria matemática chata pra postar no blog", mas acalmem-se, garanto que essa é bem mais interessante de ser lida.
A teoria surgiu em estudos científicos na Universidade de Columbia e foi publicada na Revista Science, e a partir daí virou mote para peças de teatro, filmes, séries (a principal delas homônima à teoria, produzida por JJ. Abrams, criador de Lost, que também se utiliza dessa teoria), jogos onlines e redes de relacionamento (incluindo o Orkut).
Mas enfim, sobre o que é esse estudo? Bem, ele tenta explicar o que já é de conhecimento público: O mundo é pequeno!
Pra provar isso fizeram o seguinte: estipularam pessoas entre as quais um inspetor de arquivos na Estônia, um consultor de tecnologia na Índia, um policial na Austrália e um veterinário do exército norueguês e entregaram cartas destinadas a elas a outras pessoas, completamente distantes geografica e culturalmente. Assim a pessoa que começava com a carta nas mãos enviava ela a um amigo que achava que poderia ser próximo da determinada pessoa, que enviava para outro amigo, mais próximo, e para outro e outro, até que a carta chegasse ao destino esperado. O resultado foi inesperado, pois foi necessário que a carta passasse por, em média, 6 pessoas, desde o início ao destino.
Daí o nome da teoria: Seis Graus de Separação. Não é difícil acreditar quando se usa a matemática para comprová-la. Digamos que você tenha dez amigos (esse é um número baixo estipulado pelos estudiosos americanos, que talvez não tenham um círculo social tão grande), e cada amigo seu tenha mais dez amigos, e cada um desses amigos de amigos tenham mais dez. Quando chegarmos aos 6º grau, teremos 10 elevado na 6ª potência, o que daria um milhão de "amigos". Agora se formos adaptar às nossas realidades, e adicionando a essas pessoas o que se chamam de hubs (pessoas com um número muito grande contatos, como os próprios jornalistas) então nossa rede de contatos é infinitamente maior, logo, é bem possível que a teoria seja realmente verdade. Eu pelo menos acredito!
Isso explicaria, segundo os estudiosos, fenômenos como a moda, comportamentos de mercado e epidemias. Não é realmente interessante?

Eu me interessei por essa teoria ao ver como entre nós mesmos, colegas, descobrimos o quanto estivemos próximos, até mesmo por um grau de separação, antes mesmos de nos conhecer:
*Eu ouvia falar bem do Bibs quase todos os dias, através de uma senhora que trabalha no meu antigo colégio e que é quase uma vó adotiva para ele. Confesso que fazia uma imagem completamente diferente dele e no entanto hoje estamos aqui, até morando juntos!
*Eu conheço um tio-avô (?) da Liana, lá de Dom Pedrito, e além disso meu tio lecionou por muito tempo na UfPel, logo devem haver mais ligações das quais não sabemos.
*Lara e Gian, embora não se conhecessem, tinham muitos amigos em comum!
*Caren e Gian tinham um amigo em comum antes de se tornarem colegas.
*A tia Deise, mãe do João (sim, até o João que é de outro estado tinha algum tipo de ligação, vejam) morou em Cachoeira, logo deve ter conhecidos em comuns com Ananda e Panka!
*Lara e Bibs descobriram anteontem que tinham dois conhecidos em comum, também.

E há também dois casos de contato direto!
*Panka e Ananda se conheciam de Cachoeira, embora talvez não se gostassem muito.
*Lara e Benaduce também se conheciam, daqui de Santa Maria.

E essas são apenas as ligações que descobrimos sem nenhuma pesquisa aprofundada.
A mim, pelo menos, essa teoria é totalmente válida e correta. Hoje mesmo descobri, sem querer, que tenho ligações de primeiro ou segundo grau com Suzane von Richthofen, Ana Carolina Jatobá, Alexandre Nardoni e Lindemberg Alves. Dá medo, não!?
Mas nem tudo são lástimas!
Certa vez, também despropositalmente, descobri que eu e duas pessoas que depois se tornaram grandes amigas visitamos no mesmo 1º de janeiro a Cascata do Caracol, e descemos as escadas que davam para o fim da queda d'água praticamente na mesma hora, ou seja, antes de nos conhecermos já havíamos nos cruzado, sem que um tivesse consciência do outro, em uma escada enferrujada que dava para um lugar tão bonito. É quase poético, não!?
E tem outra, vejam só! Já descobri também que tenho duas ligações de primeiro grau com Sílvio Santos! Má oe! Quem quer dinheiro?
Enfim, me alonguei demais, mas eu queria apenas compartilhar essa minha maluquice de ficar sempre procurando ligações infinitas entre as pessoas.
Quem sabe tendo conhecimento dessa teoria adquiramos, finalmente, a consciência de que fazemos parte do mundo, de algo maior que alguns chamam de Deus e eu chamo de Destino. E que nós, caros colegas, descubramos juntos até onde esse Destino vai nos levar. Espero que "ao infinito e além", e sempre acompanhado de vocês!

Texto postado no Blog Primeiro Ponto

P.S.: Eu menti! Não acreditava que a Sandy era virgem nem antes do casamento, quanto mais agora! ahahah

Um comentário:

Anônimo disse...

esse texto é nada mais nada menos que excelente (hihihi)
faltou a avó da liana, que pelas vias da vida, também é cachoeirense ;)