segunda-feira, 13 de outubro de 2008

E de repente esse bucolismo

E de repente esse bucolismo.
E de repente esse medo da solidão, da ausência da parte de si mesmo que ficou no outro.
E de repente essa sensação de ser incompleto, mas não apenas no agora, e sim no antes e no depois.
E esse nó na garganta que tanto me irrita? Esse grito que cala por vergonha, mas que não pode impedir que esses longos dedos escrevam essas palavras.
Hoje era pra ser um dia cinzento, mas teimamos em colorí-lo demais. Talvez por castigo agora vejo tudo em preto-e-branco.
Essa auto-piedade me enoja, mas eu não quero ser altruísta agora! Não agora! Quero o egoísmo mais venenoso, quero esquecer as mazelas do mundo e pensar só em mim, em como estou sendo estúpido. Estou irritado pois eu poderia ir dormir sem escrever tudo isso no blog, mas essa necessidade de chamar atenção se torna mais forte que meu senso de ridículo.
Me vejo no futuro, recordando esse momento como se fosse uma foto envelhecida, e rindo com escárnio desse sofrimento infantil. Serei um velho sarcástico e não tenho certeza se é isso que eu quero.
Mas enfim me sinto livre. O nó da garganta se desfez.
Agatha Christie, uma de minhas escritoras favoritas, certa vez disse: "Eu gosto de viver. Já me senti ferozmente, desesperadamente, agudamente infeliz, dilacerada pelo sofrimento, mas através de tudo ainda sei, com absoluta certeza, que estar viva é sensacional." É, Agatha... você tem razão.
O viver é uma experiência inesquecível.

Um comentário:

Anônimo disse...

"C'est la vie" diria a poetisa Mme Ghislaine.

[Bravo! as always...