sexta-feira, 27 de junho de 2008

Sobre Gnomos e a Solidão

Embora muitos digam que sim, ninguém tem uma idéia completamente formada sobre a Solidão, simplesmente porque ela não tem uma face clara para mostrar.
Há momentos em que a endeusamos, dizendo que é nos momentos em que estamos sós com nossa Solidão é que nos encontramos, e que são nessas horas em que a Criatividade resolve se unir a nós.
Há momentos, porém, em que a detestamos. Ela se torna, de uma hora para outra, em uma companheira inconveniente, vai conosco aonde não foi convidada. Está conosco mesmo quando estamos no meio de uma multidão de amigos. Está onde não deveria estar, por motivos que não deveriam existir.
Como já disse em algum texto anterior, a Solidão já dividiu apartamento comigo, de uma forma muito mais física e mundana quanto interpretaram alguns, mas mesmo assim, esteve presente.
Mas, não, nesse momento não me sinto só. Tenho amigos e tenho um amor a quem me apegar.
Porém são esses mesmos amigos que sentem o que senti outrora.
A Solidão pela falta de "uma pessoa", e não pela de "um monte de pessoas".
A presença de tantos sentimentos (tais como alegria, tristeza, euforia e calma) e numa sucessão tão rápida e desordenada deles, que é característica de amizades como a nossa, faz surgir a necessidade de outro sentimento...
O Amor...
Dizem que ele é um querubim gordinho e com bochechas rosadas. Duvido! Realmente, duvido!
O Amor deve ser um gnomo verde, de orelhinhas pontudas e com um cachimbo! Por que digo isso? Porque o Amor gosta de nos aprontar peças, das mais variadas, nos momentos mais inoportunos! Nem sempre ele é generoso como foi comigo, dessa vez. Vocês acham que um anjinho seria tão sacana assim? Não, né!?
Pois é à caça desse gnomo que estão esses meus amigos.
Sabem que o Amor traz um turbilhão de sentimentos que nenhuma droga consegue trazer. Sabem dos seus males, mas anseiam por seus benefícios. Eu lhes apóio nisso, mas... não sei como lhes dizer, mas por ter certo conhecimento sobre gnomos (Atualmente divido apartamento com dois: Lumpasiba e Mim Mesmo), sei de algumas coisinhas.
Gnomos são esquivos, escorregadios, manhosos! Não gostam de ser caçados, pois gostam de surpreender, não de serem surpreendidos. Eles não costumam estar nos lugares comuns, nem todos gostam de morar em gavetas ou nos vãos de geladeiras! Eles não escolhem momento pra lhe surgir à frente e lhes atirar um pó qualquer nos olhos.
Por isso, amigos, continuem procurando, mas não gastem muita energia nisso! Eu prometo que esse tal gnomo vai surgir pra vocês, e tenho quase certeza que não demorará muito! Ele fará uma armadilha e lhes fará perder uma aposta... depois, apenas deleite!

"(... ) e da terra verterá mel e leite."


Eu digo isso porque assim aconteceu comigo!
Lumpasiba, meu gnomo mais velho, me deve um favor. Farei ele intervir por vocês!
Mas antes que o Amor lhes bata à porta.... bebamos à sua saúde!

(Texto sem fins lucrativos, bobo e inacabado)