quarta-feira, 28 de maio de 2008

Conversa com o Espelho


Primeira postagem. Devo apresentar-me?
Como sou uma pessoa clichê, é exatamente isso que vou fazer.
Sou um cara aparentemente normal, que se mistura na multidão com facilidade, e que gosta disso. Sou sedento de atenção, mas não costumo mendigá-la a qualquer um. Quero atenção daqueles que estão ao meu redor, e apenas quando for necessário.
Tenho medo de mudanças. Ando sempre pelas mesmas ruas, costumo comer sempre as mesmas coisas, conversar com as mesmas pessoas e assistir aos mesmos programas. Mas se as coisas têm que sofrer transformações, que essas sejam radicais.
Estou mudando, e tenho medo disso.
Estive preso durante muito tempo em um déjà vu eterno, e não percebia isso. Muitas coisas tiveram que acontecer para que eu acordasse e visse que havia muito para descobrir, bastava eu abrir-me para isso. E não foi preciso muito! Bastou que eu me livrasse de idéias e conceitos que fediam a naftalina e abrisse os olhos para o novo. Concepções novas, visões novas para coisas antigas e principalmente pessoas novas.
Pessoas.
Ultimamente eu entendi que não sou uma só pessoa, e sim um pouco de cada um dos que me rodeiam. Sou como um jogo de Lego montado por centenas de mãos, sem seguir qualquer tipo de instrução, em que cada um resolveu encaixar uma peça pensando em um molde diferente.
E por isso sou instável.

(Clichê Declarado nº 1) Minha vida às vezes parece um filme. Um filme em que represento ao mesmo tempo o mocinho, o vilão, o figurante, o boa-praça, o personagem cômico, o dublê, o diretor... Não! Engano meu! A cadeira do diretor me parece cada vez mais vazia. Antes eu acreditava mais que esse papel cabia a mim, hoje não! Prefiro seguir na película que vivo hoje: um grande show de improviso.
Atuar parece minha sina. Atuo para as pessoas que não me conhecem, para as que me conhecem, para minha família e para meus amigos. Mas o pior é ver que na verdade a platéia não vê mais o personagem forte que você sempre quis representar... agora ela está muito mais interessada no ator fraco que se esconde por trás do rosto moldado para o personagem do momento. A platéia cansou de encenações, agora ela clama por algo real! Ela clama que eu pare de atuar para mim mesmo!

Sou uma pessoa cheia de medos. Tenho medo de ser notado, ao mesmo tempo em que tenho medo de ser esquecido. Medo de ser dispensável, medo de me tornar essencial. Medo de mudanças, medo da rotina. Medo de que meus pensamentos não tenham o menor sentido, medo de ser racional demais. Medo de me tornar livre, medo de ficar preso. Medo dos meus sentimentos, e medo da falta deles.
Medo.

Estou cursando Jornalismo, e por isso muitas pessoas vêm me perguntar se eu pretendo mudar o mundo. Sim, eu pretendo! Talvez não da forma abrangente e radical que o conceito de "mudar o mundo" se tornou... quero fazer pequenas mudanças, mas úteis. Se eu conseguir durante a minha vida mudar o mundo de uma só pessoa, me sentirei realizado.. e feliz.

Sou ambicioso! Ambicioso ao extremo, quase que ganancioso. Fui criado para isso, para não me contentar com as migalhas que me são atiradas, porém ao mesmo tempo o paradoxo me persegue, pois tenho preguiça (sim, essa é a palavra certa) de correr atrás dos meus anseios. Conto com a boa sorte que até agora me acompanhou, que me jogou no colo tudo que eu quis. Espero que ela continue comigo.

Sou clichê. Originalidade não é realmente o meu forte, por isso talvez eu tenha usado palavras de outras pessoas para expressar o que queria. Mas não o fiz por mal! A maioria dos meus pensamentos são universais... provavelmente todos já os tiveram pelo menos uma vez na vida. E isso me torna apenas mais um plágio de uma obra universal, e por mais que eu mude a cor ou o tamanho das "letras", assim continuarei sendo. E se eu não fui original nem na minha concepção (Sim, acreditem! Meus pais tiveram que ir "às vias de fato" para que eu nascesse), não podem exigir que eu o seja a todo momento!

Qual o objetivo desse blog?
Narcisismo? Sim, mas não só isso! Não quero tornar esse blog uma vitrine com luzes neon, apenas para expor ao mundo o quanto eu sou inteligente, pois tenho total consciência da minha pequenez, e da dos meus pensamentos.
Me inserir no grupo dos blogueiros? Sim, mas não só isso! Hoje eu acredito bem mais no olho a olho que no tecla a tecla.
O principal objetivos desse blog é exercitar o meu maior hobby: escrever. Durante um ano e meio só escrevi coisas concretas, didáticas, frias. (Clichê Declarado nº 2) Hora de tirar a ferrugem mental!

Talvez vocês não estivessem interessados em saber nada do que eu tenha dito anteriormente. Então vamos "ao que interessa":

Nome: Felipe Siqueira Severo
Idade: 18
Estado Civil: Solteiro
Cidade Natal: Dom Pedrito/RS
Cidade em que reside: Santa Maria/RS
Ocupação: Estudante de Jornalismo UFSM
Peso: 60 Kg mais alguma coisa
Altura: 1,81
Olhos: Azuis escuros/Cinzas/Verdes?

Pronto? Agora vocês me conhecem?
Não, não conhecem! (Clichê Declarado nº 3) Nem eu me conheço ainda!